Desde os primeiros anos da colonização – já se vão mais de 150 anos - até os dias de hoje, a comunidade caiçara do Aventureiro mudou um pouco. Suas atividades principais, relacionadas à exploração dos recursos naturais como pesca e agricultura de subsistência, ficaram no segundo plano a partir da década de 90, quando os primeiros turistas começaram a chegar nesta praia do sudoeste da Ilha Grande.
Vivendo entre o mar e a montanha, os aventureiros deste paraíso pescam e cultivam a terra apenas em época de baixa temporada. Canoas sobre rolos, prestes a lançar ao mar em busca de peixes, remos gastos por causa do uso, abandonados pelas tintas que os cobrem com o colorido peculiar da arte caiçara, convivem em contraste com a estrutura simples dos campings, quartos para aluguel e restaurantes com receitas a base de frutos do mar.
Para sobreviver, muitos pescadores passaram a usar seus barcos de pesca para transportar turistas. Suas casas simples e aconchegantes, onde antes se fabricava a farinha de mandioca e o peixe com banana preparado no fogão à lenha, foram transformadas em abrigo aos visitantes, que, pela tradição caiçara, são tratados como se membros da família fossem.
A população local adquiriu conhecimento empírico do ambiente no que se refere à flora, fauna, clima e regime de marés, conservando um padrão tradicional de organização do trabalho, baseado na divisão das tarefas. O turismo está sendo conjugado às tarefas do trabalho familiar, prática das roças e pesca.
A perda das tradições é um dos grandes males que o turismo pode trazer para o Aventureiro, mas os caiçaras insistem que dependem do turismo e prometem não deixar seus costumes e tradições se perderem com o tempo. Eles têm práticas e crenças locais, passadas de geração para geração. Uma das mais conhecidas é a festa em louvor a Santa Cruz, que acontece todos os anos no mês de janeiro.
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