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Fazenda de Algas Marinhas - Ilha Grande - Angra dos Reis - RJ

Atualizada 15/12/2015
Veja o que é necessário para iniciar um trabalho de cultivo de Algas Marinhas.

As principais Divisões em Maricultura das algas marinhas são: Divisão Chlorophyta (algas verdes), divisão Phaeophyta (algas pardas) e divisão Rhodophyta (algas vermelhas).

Para a instalação de uma Fazenda Marinha é necessário autorização das seguintes instituições:

Seap (secretaria especial de aquicultura e pesca): Fornece o Registro Geral da Pesca e Aquicultor além do Assentimento Presumido para a ocupação da área de cultivo. Também está encarregada de legislar a Aquicultura e Maricultura no Brasil.

IBAMA: Regulamenta tudo que está relacionado a utilização de recursos naturais além de outorgar a ocupação de território na zona costeira marinha.

Capitania dos portos: Outorga o que está relacionado ao posicionamento, dimensão e segurança da área de cultivo.

Secretaria de agricultura e pesca do município: Instituição responsável pelo acompanhamento e assistência técnica de projetos com produtores locais. Deve estar ciente de projetos particulares e institucionais.

FATORES QUE INFLUENCIAM A DISTRIBUIÇÃO DAS ALGAS MARINHAS:

Alguns aspectos devem ser observados antes de iniciarmos uma Fazenda de Algas Marinhas. Certos fatores atuam de forma individual ou combinada na ocorrência, distribuição e abundância das algas marinhas bentônicas. São eles:

a) Topografia: a natureza da costa e da plataforma determina o grau de batimento a que uma área está submetida.

b) Ondas: são determinadas pelo corpo d'água e pelos ventos. O grau de ação das ondas pode atuar como fator limitante na ocorrência das espécies (+ ou -). Esta ação é sentida até mesmo nas porções sempre submersas do costão. A altura real da onda e o grau de respingo, pode determinar a altura máxima do costão onde as algas vão se desenvolver. Dependendo do hidrodinamismo local, as plantas devem apresentar adaptações estruturais que permitam a sua eficaz fixação ao substrato.

c) Marés: Amplitude de maré é um dos principais responsáveis pela largura da faixa de algas. Quanto maior a amplitude, maior a possibilidade de formação de poças. No Rio de Janeiro, a variação diária é próxima a 1 metro, já no Amapá ela pode chegar a até 5,5 metros de altura.

d) Transporte de Sedimento: alguns organismos são incapazes de tolerar deposição de sedimento. Este tipo de influência é mais sentida na proximidade de rios e estuários. O material em suspensão pode atuar das seguintes formas: diminuindo a transparência da coluna d'água, recobrindo superfícies fotossintéticas e tendo uma ação abrasiva sob o talo.

e) Exposição Entre Marés: A permanência das algas durante parte do dia emersas, implica em perda de água. Se o tempo de exposição for muito prolongado, pode ocorrer inibição fotossintética, aumento da temperatura bem como variação da salinidade interna da célula.

FATORES FÍSICOS:

a) Substrato: o tipo de substrato é de fundamental importância para a fixação das algas e para o aspecto geral da flora. Algas são abundantes em costões rochosos de várias origens, porém também podem se desenvolver em fundos de areia ou lodo.

b) Pressão: normalmente não é um fator limitante.

c) Temperatura: A distribuição geográfica das algas em função da temperatura, obedece a um padrão latitudinal. De um modo geral, existe uma maior ocorrência de algas pardas em climas temperados e de algas vermelhas na proximidade dos trópicos. Em locais onde as estações climáticas são bem marcadas, a ocorrência de determinadas espécies está associada a estações específicas, que atuam de forma marcante na fecundidade da planta. As algas que se desenvolvem em poças de maré necessitam desenvolver adaptações fisiológicas que permitam a sobrevivência durante os períodos mais quentes do dia, que implicam em elevação da temperatura, e consequentemente aumento da salinidade, em função da evaporação

d) luz: A luz é um fator limitante para algas, uma vez que como organismos fotossintéticos dependem da captação de determinados comprimentos de onda para a realização da fotossíntese. Quase todas as algas apresentam uma exigência quanto a qualidade da luz em que ocorrerá a reprodução e o desenvolvimento de esporos. O limite de ocorrência das algas está fortemente relacionado a transparência e ao grau de turbidez da água.

FATORES QUÍMICOS:

a) Salinidade: Este fator é limitante em estuários e lagoas costeiras, já que a variação da salinidade implica na perda de água e portanto tem suas consequências na osmo-regulação. A sua flutuação nas poças de marés já foi mencionada.

b) Ph: A acidez da água do mar geralmente varia de 7.9 a 8.3, só se tornando limitante em locais onde ocorre aparte de efluentes domésticos el ou industriais.

c) Oxigênio: Este elemento não é limitante, uma vez a concentração na água do mar, é geralmente suficiente para a realização de funções metabólicas. A sua concentração pode ser alterada em poças de maré em função aumento do metabolismo das plantas.

d) Nutrientes: São limitantes ao desenvolvimento, no momento em que se tornam escassos. Os compostos como o nitrato e fosfato favorecem o crescimento das algas verdes, o Ca ++ deve estar presente em quantidades que permita a sua "'incorporação pelas algas calcárias. Elementos como o Mg desempenham funções vitais durante a fotossíntese, uma vez que participam do transporte de moléculas de clorofila.

FATORES BIOLÓGICOS:

a) Animais: A presença de moluscos raspadores (Acmaea, Fissure/la) podem devastar determinadas faixas de algas pioneiras impossibilitando a fixação de esporos de algas de estágios sucessionais posteriores. Por outro lado, moluscos incrustantes embora não se alimentem diretamente das algas, podem causar o desprendimento de espécies que se desenvolvem ao seu redor.

Grandes populações de herbívoros podem limitar a ocorrência de várias algas.

b) Plantas: O estabelecimento de determinadas espécies de algas está diretamente condicionada a existência de uma outra. É o caso de Fucus, no qual os esporos só se desenvolvem após o estabelecimento de um tapete de Enteromorpha.

Outro exemplo é a Porphyra cujo o cultivo em bambus depende do desenvolvimento de um filme de diatomáceas. Além desta questão, existe a relação parasita-hospedeiro, que geralmente é bastante específica, onde o parasita recebe o nome do hospedeiro mais o sufixo "colax", por exemplo, Hypnea - Hypneocolax.

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